sábado, 22 de março de 2008

Neva em Maastricht... (e neva dentro de mim)



Já me disseram muitas vezes que é bom ser assim. Lançarmo-nos à aventura sem olhar para trás. Deixar o que temos (ou não temos) e correr mundo em busca dos sonhos... Não em busca do que somos. Isso, presume-se, já o encontrámos há muito... Mas por vezes o corpo cansa-se, as botas gastam-se em caminhos e caminhos, e perdemos a fé no que queremos. E por vezes queremos colo. Um lar. Um abraço amigo. Ou simplesmente deitar a cabeça na almofada e pensar em nada... Falta-nos a força para seguir, talvez porque a meta se tornou difusa no horizonte, ou simplesmente porque mudamos de rota a meio do percurso sem darmos por isso. Talvez as mãos estejam agora cheias de pó, em vez de sonhos... Talvez porque o que traçamos no papel fale de nós, e nós somos sempre mais um ou mais muitos, e nunca poderemos desenhar nosso percurso sozinhos. Eu proclamo que não preciso de ninguém (e por vezes preciso...). Nostalgias em Maastricht talvez não fosse o traçado no início da viagem... Mas acontecem. E acontecem sempre, quer estejamos longe ou perto, na nossa casa ou num quarto da residência de estudantes. Resta-nos fechar os olhos e acordar mais felizes, e preparar as armas para o dia de amanhã. E, já agora, esperar mais um pouco pelo abraço quentinho daqueles que nos são queridos...

domingo, 16 de março de 2008

Ode to my friends

Diz-me outra vez o teu nome
que o deixei esquecido, perdido
em qualquer lugar sombrio

Diz-me outra vez o teu rosto
que, de tantas voltas que dei,
se esbateu na memória dos passos

E diz-me outra vez os teus gestos
que, de serem raros,
nunca os soube e nunca os tive,
mas marcaram a mágoa das viagens....

Brussels, capital da Europa


Entro num comboio às 7 da manhã, o que significa que me pus a pé às 5... Nem deu para tomar o pequeno-almoço, nem para avisar o cozinheiro que vamos estar fora o dia todo.... Ups. Chegamos a Bruxelas às 9 da manhã, uma manhã triste e chuvosa, cheia de vontade de voltar para a minha caminha e de beber um café quentinho. Às vezes achamos que as diferenças culturais são mínimas mas a ideia de pequeno almoço da Sarah, Jo, Leah, Abi e Eli é uma sande fria de queijo e alface...Que tristeza...
Bruxelas (depois do famoso café) começou a ter outro encanto, acreditem. A praça central é extremamente cosmopolita e os edifícios da cidade reflectem a riqueza histórica do seu passado. Eu e a Sarah decidimos que o objectivo da viagem não era passar o dia no pub a beber, e fomos ver os museus da cidade. Um dia bem passado, sem dúvida, apesar de não sentir as pernas quando finalmente cheguei aos halls da universidade. Curti! (A única coisa que me falta aqui são os meus amigos, para esta aventura ter o verdadeiro sabor de aventura:() Miss u a lot guys:(

quarta-feira, 12 de março de 2008

Maastricht à tarde


Ontem fui conhecer a cidade. Eu e as britas, claro, que os americanos andam em manada e não querem nada connosco. Fomos também a um museu, a meio caminho entre Maastricht e Aachen, a cidade alemã mais próxima. Muito giro, o museu de arte africana. Tivemos também direito a um workshop para aprender a tocar djambé e os ritmos tradicionais. Uma hora de workshop resultou em mãos com nódoas negras e dedos inchados (acho que me entusiasmei um bocadito...). Mas, a partir de agora, posso considerar-me uma expertise em matéria de djambés e prometo já que no próximo concerto de Vilar de Mouros, lá estarei, sentada no chão no meio das tendas, a mostrar a minha "técnica". hihihihihihih

1º dia de aulas

Pronto. Isto é só um sonho mau e eu vou acordar na minha cama, no meu quarto de hospital. Vou perceber que nada disto é real. Vou... Bem, acho que não vale a pena estar com rodeios: de alguma maneira eu estou na América, numa sala de liceu daqueles que se vê nos filmes, com direito a cheerleader e tudo! A minha turma tem 17 alunos (é a maior dos quatro modulos que podíamos escolher), 15 americanos, eu e a Sarah, a galesa que veio comigo de Glamorgan.... E eles são tão... americanos! Sério, ainda agora comecei e já preciso de férias. Começo a ficar feliz por estar no 4º andar sozinha! Help!

1º dia - 8 de Março/08


A cidade é, sem dúvida, linda! Muito ampla, limpa e cheia de espaços verdes. Repleta também de... bicicletas. Pensei que as pessoas exageravam, mas não: bicicleto-mania é mesmo uma doença holandesa. A cidade é praticamente plana, o que torna tudo muito mais fácil. Até os velhotes andam de bicicleta! E na viagem de autocarro para a universidade passei por uma escola primária... com o seu próprio parque de estacionamento para as bicicletas pequeninas! LOL
A universidade fica numa zona mais calma da cidade, e é bastante grande. Disseram-me que o edifício foi, em tempos, um hospital. Olhando bem para os corredores... bem, torna-se um bocado creepy pensar nisso, mas a verdade é que mesmo o meu quarto tem qualquer coisa de... quarto de hospital.
Cheguei sozinha, as outras 6 raparigas da Universidade de Glamorgan vieram mais cedo... E puseram-me, sozinha, no quarto andar! O meu quarto é enorme, tenho TV e frigorífico mas não consigo apanhar sinal de net...:( E a vida sem internet é quase impossível, é como faltar um pedacinho de nós)... Bem, talvez esteja a dramatizar um bocadinho mas a verdade é que preciso mesmo de internet... Socorro! Alguém me ajude!

Praise to the Fokkers!


Cheguei! E a viagem correu tão bem! Não sei se foi por estar com muuuuito sono ou se realmente é assim, só posso dizer que os fockers são uns aviões do c....lho! Qual boings, qual quê! Aterragem e descolagem do mais suave que eu já vi (e senti), uma maravilha! Bem, a verdade é que o Fokker que me trouxe de Amersterdam para Maastricht mais parecia uma avioneta...
Quando cheguei a Maastricht fui informada que não fazem câmbios no aeroporto... Levantei dinheiro para pagar ao motorista do autocarro e acho que ele me rogou 500 pragas em holandês porque não tinha troco para a nota de 50€ que lhe dei. Mas o importante é que cheguei, e o resto... fokker it!

Maastricht - preparação da viagem

Finalmente... Ando a planear esta viagem à meses (o que não quer dizer que não tenha feito tudo à última da hora)... As coisas não começaram muito bem; ainda em Treforest perdi o comboio para o aeroporto (já sei, amigos, minha culpa) e tive que gastar alguns pounds extra no táxi. Dinheirinho que me fazia bem mais falta aqui, nesta linda cidade, com tanto que ver e comprar...
Acho engraçado o negócio dos táxis em Gales... É como ir à feira em Portugal e regatear o preço das coisas com os feirantes. Os taxistas são quase todos marroquinos e atiram números para o ar a ver se cola... Das £30 que me pediam a princípio baixaram para £22, o que não é mau de todo e me fez sentir um bocadinho melhor. E. já agora, obrigada Ricardo, Titus e Francisco, por terem esperado comigo uma hora ao frio. Valeu, amigos!
(A verdade é que do entusiasmo inicial de ir para Maastricht pouca coisa ficou. Gut feeling que não devo ir, sei lá. Espero estar enganada...)